quinta-feira, 21 de junho de 2007

a força da esperança

Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital.


Um deles podia sentar-se na sua cama durante uma hora, todas as tardes, para que os fluidos circulassem nos seus pulmões.

A sua cama estava junto da única janela do quarto.

O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas.

Os homens conversavam horas a fio. Falavam das suas mulheres, famílias, das suas
casas, dos seus empregos, dos seus aeromodelos, onde tinham passado as férias...

E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, passava o
tempo a descrever ao seu companheiro de quarto todas as coisas que conseguia ver do lado de fora da janela.


O homem da cama do lado começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a actividade e cor do mundo do lado de fora da janela.

A janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes, chapinhavam na
água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores do arco-íris.


Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem e uma tênue vista da silhueta da cidade podia ser vislumbrada no horizonte.

Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário
pormenor, o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava as pitorescas cenas.

Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia a passar: Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, conseguia vê-la e ouvi-la na
sua mente, enquanto o outro senhor a retratava através de palavras bastante descritivas.

Dias e semanas passaram. Uma manhã , a enfermeira chegou ao quarto trazendo
água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida, o homem perto da janela, que tinha falecido calmamente enquanto dormia.

Ela ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo.

Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na
cama perto da janela. A enfermeira disse logo que sim e fez a troca.

Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a enfermeira deixou o quarto.

Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para
contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela que dava, afinal, para uma parede de tijolo!


O homem perguntou à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela.

A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede.


Talvez quisesse apenas dar-lhe coragem...


Moral da História:

Há uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas.


A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade, quando partilhada, é dobrada.

Se te queres sentir rico, conta todas as coisas que tens que o dinheiro não pode comprar.

" O dia de hoje é uma dádiva, por isso é que o chamam de presente."

6 comentários:

Joana DÁrc disse...

Quem dera amiga Natalia
que fosse sempre assim, uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas.
O problema é que neste mundo ainda meio a tentar passar a perna a outro meio. E as mulheres são especialistas em fazer mal a outras talvez por complexos de inferioridade enquistados e bem escondidos.

nataliacorreia disse...

se são!
nós é que temos de estar atentas às falsidades e cada vez deparamos mais com elas.

Ema Pires disse...

Olá Joana Darc,
Gostei mesmo da história. É verdade que nao há nada melhor do que ver felicidade à nossa volta.
Também yem razao sobre isso das mulheres fazerem mal às outras. Nao se darao conta do mal que podem chegar a fazer? Nao têm consciência? Podem dormir bem depois? Imagino que nesses casos sai o animal que levamos dentro!!!
Beijinhos e obrigada pela linda história.

Joana DÁrc disse...

Não sei ema, mas sei que muitas vezes das palavrinhas mais mansinhas e correctas saem as maiores perversidades.
é como diz o povo, quem vê caras não vê corações, não será?

Joaquim Moedas Duarte disse...

Impressionou-me esta história.
Meu pai, quando esteve num hospital, encontrou um amigo assim, que o ajudou a suportar as dores e o medo. Muitas vezes falava dele com saudade. Escreveram-se até perto de morrerem.

Gostei de visitar o seu espaço. Voltarei.

Ema Pires disse...

Querida Joana Darc,
Eu tenho um sexo sentido para sentir como sao as pessoas. As caras bonitas e mansinhas, quando nao há nada por trás, nao enganam. Nao lhe passou alguma vez sentir como um rechaço para uma pessoa que quase nao conhece? Depois de algum tempo, vê-mos que tinhamos razao.
Bjs