sexta-feira, 27 de julho de 2007

quarta-feira, 25 de julho de 2007

"Amando no jogo do Amor"

O amor surge, sem que premeditemos,

ele acontece sem que sequer percebamos

até que um dia está presente,

independente das barreiras,

ele existe, ele é real.

Mesmo que exista a distância física,

mas não impede que o sentimento nasça ,

cresça, viva e crie raízes profundas.

Ele é natural, que queima junto a paixão,

ele as vezes nos deixa em situações,

que não sabemos onde tudo irá chegar.

Mas nem isso importa,

o vale é viver um dia após o outro,

compartilhando a vida do outro,

trazendo alegria,

fazendo o coração palpitar,

seja na simplicidade

de um simples ouvir a voz o do outro.

É saber compreender, sem cobrar..

É deixá-lo livre e

como borboleta

sempre virá a sua flor

saborear o melhor do néctar,

renovando o amor entre os dois.

Diva Melo

quinta-feira, 19 de julho de 2007

quarta-feira, 11 de julho de 2007

domingo, 8 de julho de 2007

se não é amor...

Se não é amor
Porque você me olha desse jeito,
E faz essa bagunça no meu peito,
Em cada vez que a gente chega perto?
Se não é amor...
O que que eu tenho a ver com a sua vida
Porque não aceito logo a despedida,
Te deixo, vou embora e tudo certo?
Se não é amor...
Porque que eu não arrumo outra pessoa,
E aceito esse teu caso numa boa,
Porque que eu não me sinto indiferente?
Se não é amor...
Porque que eu não encontro graça em nada
Porque me sinto à margem de uma estrada
Porque não é tudo diferente?
Se não é amor...
Porque que ainda fico a sua espera
Porque, mesmo sabendo que já era,
Meu coração não sai desse castigo?
Se não é amor...
Porque ainda deixo a porta aberta
Porque que essa saudade não se aquieta
Porque que eu não me esqueço de você?

Porque que eu não arrumo outra pessoa,
E aceito esse teu caso numa boa,
Porque que eu não me sinto indiferente?
Se não é amor...
Porque que eu não encontro graça em nada
Porque me sinto à margem de uma estrada
Porque não é tudo diferente?
Se não é amor...
Porque que ainda fico a sua espera
Porque, mesmo sabendo que já era,
Meu coração não sai desse castigo?
Se não é amor...
Porque ainda deixo a porta aberta
Porque que essa saudade não se aquieta
Porque que eu não me esqueço de você?

Se não é amor...
Porque que ainda fico a sua espera
Porque, mesmo sabendo que já era,
Meu coração não sai desse castigo?Se não é amor...
Porque ainda deixo a porta aberta
Porque que essa saudade não se aquieta
Porque que eu não me esqueço de você?
Se não é amor...




Música: Se não é amor
Autoria: Luciana Browne e Carlos Colla
Interpretação: Alcione

sábado, 7 de julho de 2007

AMIZADE

O amigo é:
  • alguém que sabe a canção do nosso coração e pode cantá-la quando você se tiver esquecido da letra!
  • É o que aparece quando o resto do mundo desaparece!

A Amizade é:

  • É um espírito em dois corpos!
  • Como a saúde perfeita - seu valor raramente é reconhecido, a menos que se tenha perdido!

quinta-feira, 5 de julho de 2007

O Amor e a Amizade

Um dia o amor virou-se para a amizade e disse:
- Para que existes tu se já existo eu?
A amizade respondeu:
- Para repor um sorriso onde tu deixaste uma lágrima.

sábado, 30 de junho de 2007

Nada acontece por acaso!

O maior erro do ser humano é tentar tirar da cabeça, o que não sai do coração!

o que você faz hoje, pode fazer a diferença em sua vida amanhã!

terça-feira, 26 de junho de 2007

A DOR

A dor é uma espécie de combustivel para a vida.
Uma força que nos obriga a olhar sempre em frente, com os olhos da esperança!

Se te vierem lágrimas: Resiste, recupera e segue em frente.
A única pessoa que está contigo na tua vida inteira és tu mesmo.
VIVE enquanto estiveres vivo!

O tempo perdido nunca mais poderá ser encontrado!

domingo, 24 de junho de 2007

Quando te vejo, renasço.
quando me tocas, tremo.
quando me falas, sufoco.
quando me deixas, sonho.
Afinal o que será que sinto?
Encanto? ânsia? Prazer? desejo?
Será tudo e não será nada,
até porque nem sabes que existo...
mas,
talvez um dia...
um passarinho cante na tua janela
e te sopre ao ouvido
tudo o que ainda não sabes
e que não tenho coragem de te dizer.
talvez esse passarinho
venha a ser a tua sensibilidade
que te faça sentir
o meu renascer, o meu tremor,
o meu sufoco e o meu sonho.
Mas...
não me faças ser esse passarinho
porque não posso soprar no teu ouvido,
apenas no teu coração
e, somente,
quando ele estiver disposto a ouvir!

este poema foi escrito por uma amiga muito intima a quem desejo que o "passarinho" sopre muito em breve!

sábado, 23 de junho de 2007

sonho

"enche o teu coração de esperança mas não deixes que ele se afogue nela."

Fernando Pessoa

SÓ PARA MULHERES FENOMENAIS

Tem sempre presente que a pele se enruga, o cabelo embranquece, os dias convertem-se em anos...

Mas o que é mais importante não muda;

A tua força e convicção não têm idade.

O teu espírito é como qualquer teia de aranha.

Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida.

Atrás de cada conquista, vem um novo desafio.

Enquanto estiveres viva, sente-te viva.

Se sentes saudades do que fazias, volta a fazê-lo.

Não vivas de fotografias amarelecidas...

Continua, quando todos esperam que desistas.

Não deixes que enferruje o ferro que existe em ti.

Faz com que em vez de pena, te tenham respeito.

Quando não conseguires correr através dos anos,

Trota. Quando não consigas trotar, caminha.

Quando não consigas caminhar, usa uma bengala.

Mas nunca te detenhas!!!.

Madre Teresa de Calcutá

quinta-feira, 21 de junho de 2007

a força da esperança

Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital.


Um deles podia sentar-se na sua cama durante uma hora, todas as tardes, para que os fluidos circulassem nos seus pulmões.

A sua cama estava junto da única janela do quarto.

O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas.

Os homens conversavam horas a fio. Falavam das suas mulheres, famílias, das suas
casas, dos seus empregos, dos seus aeromodelos, onde tinham passado as férias...

E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, passava o
tempo a descrever ao seu companheiro de quarto todas as coisas que conseguia ver do lado de fora da janela.


O homem da cama do lado começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a actividade e cor do mundo do lado de fora da janela.

A janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes, chapinhavam na
água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores do arco-íris.


Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem e uma tênue vista da silhueta da cidade podia ser vislumbrada no horizonte.

Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário
pormenor, o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava as pitorescas cenas.

Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia a passar: Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, conseguia vê-la e ouvi-la na
sua mente, enquanto o outro senhor a retratava através de palavras bastante descritivas.

Dias e semanas passaram. Uma manhã , a enfermeira chegou ao quarto trazendo
água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida, o homem perto da janela, que tinha falecido calmamente enquanto dormia.

Ela ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo.

Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na
cama perto da janela. A enfermeira disse logo que sim e fez a troca.

Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a enfermeira deixou o quarto.

Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para
contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela que dava, afinal, para uma parede de tijolo!


O homem perguntou à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela.

A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede.


Talvez quisesse apenas dar-lhe coragem...


Moral da História:

Há uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas.


A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade, quando partilhada, é dobrada.

Se te queres sentir rico, conta todas as coisas que tens que o dinheiro não pode comprar.

" O dia de hoje é uma dádiva, por isso é que o chamam de presente."

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Pequena elegia chamada Domingo

O domingo era uma coisa pequena
Uma coisa tão pequena
que cabia inteirinha nos teus olhos
Nas tuas mãos
estavam os montes e os rios
e as nuvens. Mas as rosas,
as rosas estavam na tua boca.
Hoje os montes e os rios
e as nuvens não vêm nas tuas mãos
(Se ao menos elas viessem
sem montes e sem nuvens
e sem rios...)
O domingo está apenas nos meus olhos
e é grande.
Os montes estão distantes e ocultam
os rios e as nuvens
e as rosas.
Eugénio de Andrade

sábado, 16 de junho de 2007

Amizade

"O verdadeiro amigo é aquele que sabe tudo de ti e, mesmo assim... continua ser teu amigo!"

O tempo que se passa com cada amigo, é o que torna cada amigo tão importante.

As amizades constroem-se aos bocadinhos, bocadinhos de tempo que vivemos com cada pessoa.
não importa a quantidade de tempo que passamos com cada amigo, mas sim, a qualidade de tempo que passamos com cada um.

Há amizades que nascem sem sabermos quando, onde e porquê mas sabemos que estão presentes.
Talvez estas, sejam feitas de silêncios partilhados ou de mútua simpatia - não tem explicação!
Há amizades profundas que nascem assim.

Saint-Exupéry disse:

"Foi o tempo que passáste com a tua rosa que a tornou tão importante"

O tempo "perdido" com amigos não existe - é tempo "ganho, aproveitado e vivido".

São recordações para um momento ou para toda uma vida.

um amigo torna-se importante, para nós, quando somos capazes de, mesmo na sua ausência, rir ou chorar, estranhar ou querer estar perto dele, só para disfrutar da sua companhia.

Podemos ter vários amigos.
O importante é saber aproveitar, ao máximo, cada minuto vivido e ter, depois, nas nossas recordações, horas para passar com eles, mesmo que estejam longe.

"O verdadeiro amigo é aquele que sabe tudo de ti e, mesmo assim... continua a ser teu amigo!"

Tabacaria

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas —
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas —,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma sem
Porta
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates coma mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)

Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.

(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê —
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)

Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente

Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como
Tabuletas
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma conseqüência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.

Álvaro de Campos

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração


Fernando Pessoa

em Passagem das Horas

(...) Vi todas as coisas, maravilhei-me de tudo,
Mas tudo ou sobrou ou foi pouco - não sei qual - e eu sofri.
vivi todas as emoções, todos os pensamentos, todos os gestos,
E fiquei tão triste como se tivesse querido vivê-los e não conseguisse,
Amei e odiei como toda a gente, Mas para toda a gente isso foi normal e institivo. E para mim foi sempre a exceção, o choque, a válvula, o espasmo.


(...)" Álvaro de Campos

terça-feira, 12 de junho de 2007

a queda do império

Perguntei ao vento
Onde foi encontrar
Mago sopro encanto
Nau da vela em cruz
Foi nas ondas do mar
Do mundo inteiro
Terras da perdição
Parco império mil almas
Por pau de canela e mazagão
Pata de negreiro
Tira e foge á morte
Que a sorte é de quem
A terra amou
E no peito guardou
Cheiro da mata eterna
Laranja luanda
Sempre em flor.

Vitorino

segunda-feira, 11 de junho de 2007

pensando...

Há momentos na vida em que, pensamos tanto em alguém que nos dá vontade de a tirarmos do sonho e dar-lhe um abraço de verdade!
Quando uma porta se fecha, outra se abre mas... às vezes, ficamos tanto tempo a olhar para a porta fechada que não vemos todas as outras que estão abertas para nós!
Busca sempre aquela pessoa que te faz sorrir!
basta um sorriso para que se faça "luz", num dia escuro - encontra a pessoa que faz sorrir o teu coração!
Sonha com o que queres sonhar,
Vai onde queres ir,
Sê o que queres ser,
Só tens uma vida !
espero que tenhas:
  • suficiente felicidade para te tornares doce
  • suficientes provações para te tornares forte
  • suficientes tristezas para te tornares humano
  • suficiente esperança para seres feliz!

O mais feliz não é o que "tem o melhor de tudo", é o que sabe "tirar o melhor de tudo" do que se cruza no seu caminho.

Moral da história:

VIVE A TUA VIDA DE MANEIRA QUE, QUANDO MORRERES, MESMO QUE OS OUTROS CHOREM - TU ESTEJAS SORRINDO!...

domingo, 10 de junho de 2007

quadra de sto antónio

Olhando Lisboa, ali tão perto

Lá no alto, cabelos ao vento

Cristo-Rei foi pregar pró deserto

Deixou os camelos em S. Bento

e não é que é verdade?

Nesta vida de competição:
"Se te derem um pontapé no cu, não te preocupes, é sinal que vais à frente....."

homem perfeito

O homem perfeito é lindo
tem um pouco de mistério
é belo quando está rindo
é belo quando está sério

O homem perfeito é bom
tem um jeito carinhoso
quando fala, em meigo tom
causa arrepio gostoso

O homem perfeito é fino
é solícito, é fiel
tem a graça de um menino
e é mais doce que o mel

O homem perfeito adora
dar flores, botões de rosa,
a uma velha senhora
Ou uma jovem formosa

O homem perfeito tem
energia, não se cansa,
lava louça, cozinha bem,
gosta muito de criança

O homem perfeito é
sensível à grande arte
gosta de dança e ballet
Nunca há-de magoar-te

*Para encerrar a preceito**
estes versos que alinhei:
se existe um homem perfeito,
o filho da puta é gay. *

sexta-feira, 8 de junho de 2007

talvez...

Talvez um dia...
A vida olhe!
Talvez um dia...
Eu olhe a vida!
Mas, não sei se um dia...
Só porque eu olho a vida,
Vou conseguir viver!
mas vou olhando,
perdida no que a vida
me quer mostrar.
Ou, simplesmente,
do que eu quero ver da vida!
Agora,
não sei se vejo a vida.
só sei que a quero viver!

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Natália Correia

Natália Correia

Natália Correia nasceu a 13 de Setembro de 1923 na Ilha de São Miguel, nos Açores. Veio estudar para Lisboa ainda criança e cedo iniciou a sua actividade literária. Poetisa, ficcionista, ensaísta, tradutora, dividiu a sua criatividade pelo teatro e pela investigação literária.Empenhada politicamente, viu vários dos seus livros serem apreendidos pela censura, chegando a ser condenada a três anos de prisão com pena suspensa, acusada de abuso de liberdade de imprensa.
Morreu em Lisboa a 16 de Março de 1993.
A sua vasta obra poética encontra-se reunida em Poesia Completa: O Sol nas Noites e o Luar nos Dias, 1993. Natália Correia é ainda autora de obras como A Ilha de Circe (ficção), 1983; Erros Meus, Má Fortuna, Amor Ardente (teatro), 1981; Uma Estátua para Herodes (ensaio), 1974.
Ouça alguns poemas seleccionados de Natália Correia-Poesia Completa e leia Soneto de Abril, que demonstra o empenhamento político da poetisa.
Pode ainda ler uma recensão sobre o Auto da Feiticeira Cotovia.
© Instituto Camões, 2001

A FERREIRINHA


A FERREIRINHAAntónia Adelaide Ferreira(1811-1896)

Antónia Adelaide Ferreira, empresária vinhateira portuguesa, nasceu em 1811. Ficou famosa por se ter dedicado ao cultivo do vinho do Porto e introduzindo notáveis inovações. Nasceu numa família abastada do Norte com créditos no cultivo da vinha para vinho do Porto. O pai, José Bernardo Ferreira casou-a com um primo, mas este não se interessou pela cultura da família e delapidou alegremente parte da fortuna. Adelaide teve dois filhos e quando ficou viúva com 33 anos despertou nela a sua verdadeira vocação de empresária. Sabe-se que a "Ferreirinha", como era carinhosamente conhecida, se preocupava com as famílias dos trabalhadores das suas terras e adegas. Com o apoio do administrador José da Silva Torres, mais tarde seu segundo marido, Adelaide Ferreira lutou contra a falta de apoios dos sucessivos governos, mais interessados em construir estradas e comprar vinhos a Espanha. Lutou contra a doença da vinha, a filoxera e deslocou-se a Inglaterra para se informar de meios mais modernos de combate à moléstia, bem como processos mais sofisticados de produção do vinho. A "Ferreirinha" investiu em novas plantações de vinhas em zonas mais expostas ao Sol, não descurando as plantações de oliveiras, amendoeiras e cereais. A Quinta do Vesúvio, a mais famosa das suas propriedades era por ela percorrida e vigiada de perto. Em 1849 a produção vinícola era já de 700 pipas de vinho. Mercê de bons acordos, grande parte dos vinhos foi exportada para o Reino Unido, ainda hoje o primeiro importador de Vinho do Porto. Quando faleceu, em 1896, deixou uma fortuna considerável e perto de trinta quintas. No Douro para o mundo passou a lenda da sua tenacidade e bondade.

TEU CORPO...MULHER


Há quem diga que o nosso corpo foi construído a partir de uma costela do homem, mau eu não acredito.

É no nosso corpo e alma que se encontram as mais puras manifestações da natureza: o amor, a fertilidade, a sensibilidade genuína (não artificial), a grande capacidade de perdão e a entrega sem recibo de recibo.

Apesar de constantemente traídas por aqueles que amam as mulheres mantêm-se, por regra, fieis aos que amam e algumas até quase se anulam por eles. Faz parte da sua grande capacidade de amar.

Eu que, pela idade que tenho, já vivi muitos amores e já não vivo à espera de novas paixões, reconheço bem o sofrimento da mulher.

Por isso gosto tanto do poema de Vinicius de Morais que aqui fica:


São demais os perigos dessa vida

Para quem tem paixão, principalmente

Quando uma lua surge de repente

E se deixa no céu, como esquecida.

E se ao luar, que actua desvairado

Vem unir-se uma música qualquer

Aí então é preciso ter cuidado

Porque deve andar perto uma mulher.

Uma mulher que é feita de música

Luar e sentimento, e que a vida

Não quer, de tão perfeita

Uma mulher que é como a própria lua:

Tão linda que só espalha sofrimento,

Tão cheia de pudor que vive nua.

terça-feira, 5 de junho de 2007

JOANA D'ARC


Joana d' Arc nasceu em 1412, num vilarejo em Domrémy no interior da França.

Era uma garota muito pobre e também analfabeta.

Foi uma grande mulher cheia de coragem, virtudes e também defeitos, mas diziam que tinha mais qualidades do que defeitos. Sua família era de camponeses, seu pai Jacques d' Arc comandava uma aldeia pequena.
Joana d' Arc com apenas 17 anos deixou sua aldeia e foi comandar um exército, assumiu a posição de soldado durante aproximadamente um ano e seus êxitos militares duraram seis meses.
Com apenas 19 anos de idade Joana d'Arc foi condenada à morte. Sua carreira foi breve e malsucedida.
Em novembro de 1430, Joana d' Arc entrou pela primeira vez na sala do tribunal para julgamento, foi acusada de herege, apóstata, bruxa, idólatra e travestida. O seu julgamento durou seis meses.
Com apenas 19 anos de idade ela morreu no centro de Rouen uma fogueira, pois a sua sentença era a de ser queimada viva. Seu corpo carbonizado ficou em exposição para todos verem, após a exposição pública os seus restos mortais foram jogados novamente na fogueira até que virassem cinzas.